quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Eine schüchtern Brasilianerin e o FKK alemão.




Não que eu seja realmente tímida, todo mundo que me conhece sabe que eu falo mais que o homidacobra, mas mesmo com todas as vezes que falei em público em palestras sem um pingo de vergonha na cara, eu não possuo traquejo social para manter simples conversações com desconhecidos e me sinto deveras intimidada com a nudez alheia.
Quando pela primeira vez em Amsterdam, eu andava pelas ruas do Red-light District tentando com toda a minha alma não olhar diretamente para vitrines com belas mulheres nuas em display.
Aqui na Alemanha porém as pessoas são acostumadas com o corpo nu, inclusive em ambientes públicos como lagos e parques.
Conhecido como FKK, o Freikörperkultur ~Cultura Livre do Corpo, em tradução literal livre e bananística desta que vos posta~ é um movimento alemão que endorsa um aproach  naturista para vida em comunidade, ou seja viver livre, leve e solto de boas nu com a mão no bolso, sem qualquer conotação sexual em ambientes de convívio social.
A primeira vez que ouvi essa expressão foi quando fiquei embasbacada ao ver quatro caras usando sapatos, e nada mais, sentados num sofá no interior Berghain, enquanto um outro peladão fazia feliz uma perfomance de pintocóptero ao som de música eletrônica. Quando meu amigo viu minha cara de choque o comentário foi direto "FKK, babe, cê não é brasileira, poxa? O povo não fica pelado no Carnaval?", ãhnnnnn, NÃO ASSIM, GENTCHY!
Quando o verão deu as caras por aqui parece que a alemoada se jogou na vibe semlençosemdocumento. Com trinta graus e o calor abafado berlinense, todo mundo vai pros lago tudo, e aí crianças, casais, tias, tios, avós e avôs, todo mundo caminhando com as parte balançando e/ou tomando um ventinho, e eu sentadinha na grama querendo enfiar minha cara nas páginas do livro que eu estava lendo ao responder para uma tiazinha peladona que procurava um banheiro. E aí quando eu digo que no Brasil é proibido o topless nas praias são eles que ficam chocados, e sem entender o meu constrangimento.
Não me levem a mal, amigos, não tou julgando, queria eu ser livre das amarras sociais que ainda me fazem ser presa a ilusão de que estou mais "protegida" atrás de um biquini minúsculo de confecção brasileira, que com as peitchola sorta tudo, sinto até uma invejinha da galera que tira a roupa no meio da rua e se joga no chafariz perto de Frankfurter Tor em dias quentes, mas essa brasileira aqui prefere continuar de short e camiseta, mesmo que um seja curtíssimo e o outro tenha um decote profundo.
Sô boba de roupa, schüchtern e pudica, me deixa.

Liebe Grüße
Xu  

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